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Arquivo mensal: janeiro 2011

Trucidar políticos virou moda…

 

Interessante a discussão sobre a aposentadoria dos governadores. Lógico, ninguém nega o absurdo de se pagar uma pensão para quem ficou apenas dias ou meses no cargo. É dinheiro, seu, meu e do país submetido a uma distribuição injusta de renda. O que me chama atenção é como a imprensa atira para todos os lados e julga as pessoas de forma sumária. Pegue o exemplo do senador Pedro Simon, que estaria em dificuldades financeiras e teria requisitado a pensão.

As matérias veiculadas nos últimos dias mostram um tom acusatório, como se Simon estivesse na mesma vala de outros políticos de menor prestigio e honestidade. Não está. É sério, honesto e competente. Errou de pedir? Sim, com certeza. Mas não é o caso de atirar ao lixo toda sua trajetória.

Daqui a pouco, não será surpresa se reclamarem aos direitos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Afinal, ele não ocupa cargo público, está fora do poder e tem funcionários do governo federal à sua disposição. Só fico intrigado com o silencio perpetuado quando Fernando Henrique Cardoso saiu do Palácio do Planalto. Ele não ganha pensão, mas também tem direito a um staff. O que interessa ultimamente é transformarem os políticos em seres cancerígenos e execráveis. Nem que para isso seja necessário destruir a democracia brasileira. Triste.

 

 

 
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Publicado por em 21 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Arnaldo Tirone: bom e barato outra vez???

 

Arnaldo Tirone assume o Palmeiras. Os conselheiros ignoraram os apelos da torcida e as idéias de Paulo Nobre. Decidiram encaminhar um voto de confiança a um candidato que tinha o apoio de três ex-presidente, inclusive Mustafá Contursi. Acompanhei as diversas entrevistas concedidas por Tirone tanto no dia da vitória como aos veículos impressos.

Alguns conceitos são adequados, especialmente na manutenção de Luis Felipe Scolari, de sua comissão técnica e também na obsessão de cortar os gastos sem nexos do departamento de futebol, que torra R$ 10 milhões mensais do clube.

Só um aspecto preocupa: aderir radicalmente de peito aberto ao procedimento do “bom e barato” abre estrada para o Palmeiras virar a Portuguesa do Século. Ter fracassado com Wanderley Luxemburgo, Muricy Ramalho e Felipão não é argumento para produzir uma guinada de 180 graus e uma conseqüente contratação de atletas obscursos. O problema não está no gramado e sim fora dele. Se Arnaldo Tirone conseguir pacificar o clube, as vitórias acontecerão. E qualquer investimento será plenamente justificado.

 

 

 

 

 
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Publicado por em 21 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Juvenal Juvêncio quer poder total. Uma pena…

 

Clubes de futebol não combinam com democracia. A alternância de poder, preceito tão saudável para o funcionamento de qualquer instituição é algo ausente da mente dos cartolas. O último a entrar na seara dos ditadores informais é Juvenal Juvêncio que com o auxilio do ex-mandatário Carlos Miguel Aidar conseguiu um parecer para concorrer novamente as eleições no tricolor paulista. Deve emplacar novo mandato, até porque infelizmente a oposição inexiste.

Mas diante do clima de caos, algo deve ser visto: a falta de renovação no poder. João Paulo de Jesus Lopes e Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, em conjuntura normal, seria guindados à condição de presidente. Como o assunto sequer foi ventilado é porque o grupo não confia em suas habilidades. Pior: não houve o período de transição tão necessário para buscar uma arejada nas idéias e nos conceitos.

Juvenal é apenas a ponta do iceberg de uma estrutura que a cada dia afasta pessoas ousadas, agressivas e com desejo de formular novas idéias. Pergunte, por exemplo, ao multimilionário Eike Baptista ou para Jorge Paulo Lemman, um dos proprietários da Inbev, se possuem interesse em dirigir um clube de futebol. A crise de lideranças é grave e só tende a piorar.

 

 
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Publicado por em 21 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Uma análise (ponderada, dentro do possível) da Ponte Preta

Não é fácil assimilar o gosto amargo da derrota. Planejar, fazer contratações e ver todo o esforço ir por água abaixo em 90 minutos não é uma experiência pródiga em produzir satisfação. O Campeonato Paulista começou  e talvez a reação mais irada venha da torcida da Ponte Preta, que não se conforma com as derrotas para Mirassol e Mogi Mirim. Com a sequencia de jogos prevendo São Paulo, Portuguesa, São Caetano, Linense e Santos, há quem vislumbre uma possibilidade de rebaixamento no horizonte. Alguns querem a saída do técnico Gilson Kleina, contratado com a missão especifica de transformar um grupo de coadjuvante em filme de sucesso. Com direito a bilheteria robusta.

Posso estar enganado, mas o drama vivido pelo torcedor pontepretano vai além dos resultados no gramado. Pode-se fazer um parelelo com um paciente que há anos busca uma cura para sua doença crônica e só ouve diagnósticos furados. E quando conversa com o médico da família, o remédio receitado é até eficiente, mas apenas estanca a ferida.

Vamos aos fatos. A Ponte Preta é, disparada, o clube de maior apelo popular do interior de São Paulo. Tem uma torcida fanática e uma história épica, poucas vezes vistas no futebol brasileiro. Se o curso do tempo lhe fosse favorável seria um Atlético-PR ou mesmo uma potencia capaz de rivalizar com as grandes equipes situadas na capital.

Mas existe um entrave. Um drama que não se apaga e o torcedor não esquece: a falta de um título de expressão. O torcedor está no direito e dever dele. Tem que protestar, xingar e pedir pelo fim do martírio. Talvez o erro maior esteja na diretoria. Sangue frio e racionalidade são atributos necessários. Conhecer o timing adequado na tomada da decisão correta. Apesar das boas intenções, talvez esta seja a principal falha da gestão do presidente Sérgio Carnielli.

Pegue o exemplo do duelo com o Mogi Mirim. É claro que Gilson Kleina decepciona no seu inicio de trabalho. Mas também é verdade de que jogadores como Válber, Mancuso e o goleiro Marcelo Lomba não foram utilizados. Ou seja, existem cartuchos para serem queimados. O treinador ainda possue argumentos para exibir ao público e para cobrar dos atuais titulares.

Mas houve um equivoco de estratégia. Após a derrota para o Mogi Mirim, antes da entrevista coletiva de Gilson Kleina, o gerente de futebol, Marcus Vinicius, decidiu falar. Independente do conteúdo, sua atitude passa a impressão de que o atual treinador precisa de um escudo. Não. O salutar seria Kleina encarar o quadro de peito aberto, sem amarras. Todos sabemos que Marcus Vinicius queria ajudar. É nobre. Mas involuntariamente colocou mais óleo na frigideira. Seria uma carta para tirar na manga mais á frente, não na segunda rodada do Paulistão. Resultado: se perder os dois jogos fora de Campinas, a situação de Kleina vai beira ao insustentável. E pode comprometer a campanha de elenco com bons jogadores e que mostra-se vitima de um calendário perverso e que não tolera mudanças radicais de um ano para outro.

Para terminar, uma reflexão ao torcedor pontepretano: digamos que Gilson Kleina seja demitido após ser eventualmente derrotado pelo São Paulo. E na sequência outro comandante é contratado e colhe novamente uma sequência negativa. Haverá clima para uma nova troca de comandante? Existe a garantia de que o problema situa-se apenas e tão somente no treinador, na diretoria ou tudo isso é conseqüência de anos e anos de decepções? Pense nisso.

 

 
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Publicado por em 20 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Patrícia Amorim, uma decepção. E ninguém percebe no Flamengo…

O politico competente é aquele capaz de colher frutos, construir evolução sólida e possue o discernimento de reconhecer seus erros e falhas. É espécie rara, mas existe. Agora, duro é constatar que, quanto mais o tempo passa, mais esse tipo de gente está em extinção no futebol.

Pegue o exemplo do Flamengo. Clube de maior popularidade no Brasil, tem uma verdadeira eleição de condomínio, em que um punhado de eleitores definem o destino de um patrimônio pertencente a 35 milhões de brasileiros. Nesse embalo, Patrícia Amorim surgiu como sopro de esperança e renovação. Revela-se uma decepção, para dizer o mínimo. Os resultados no gramado revelam apenas uma gestão voltada a viver de factóides, sem consistência e em cima de métodos administrativos falhos.

O noticiário esportivo é prova cabal do desleixo. Amorim não foi manchete por causa de seus feitos ou conquistas como presidente, e sim por causa de fatos isolados. Começou com a permanência de Andrade e sua conseqüente fritura. Depois, as confusões envolvendo Vagner Love, Adriano e o goleiro Bruno.

Para completar, deu a chave do e da cerca que protege do gramado do Ninho do Urubu para Wanderley Luxemburgo. Nesse meio tempo, ainda assistiu passivamente as acusações e calunias contra Zico, simplesmente o maior ídolo da história do clube.

Sua nova jogada atende por Ronaldinho Gaúcho. Com as benções do dentuço, ignora atenção para modernizar o clube, tirar ranços do estatuto e transformar em uma potência cheia de dividas. Prefere soltar pérolas como essa: “A mulher tem seu charme, e sei tirar vantagem disso na negociação”. Um absurdo e facada nas costas de quem luta por dignidade, igualdade e fraternidade as mulheres brasileiras. Patrícia Amorim teve seu papel como atleta olímpica. Foi mediana, mas suas braçadas abriram portas ao desbravamento de outros astros. Agora, como dirigente, em que deseja usar fatos isolados para esconder seus erros, poderá apenas construir uma herança maldita às próximas administrações.

 

 
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Publicado por em 18 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Especial: uma celebração à amizade!!!

Ricardo, Gustavo, Fábio, André, Wanderley, Juliana, Paulo, Veronique, Carolina, Camila…Para você, esses nomes podem não possuir significado nenhum. É natural e compreensível. Mas quando leio e escrevo tais palavras,  traduzem um sentimento nobre e profundo chamado amizade. É interessante como o conceito ficou desgastado com o passar dos anos. Não temos paciência para ouvir, compartilhar, trocar idéias e oferecer o ombro na hora do sofrimento. Seja qual for a circunstância.

Com eles, posso dizer que preservei os conceitos básicos de amizade: cumplicidade, solidariedade, preocupação com o próximo…algo que vai além de triunfos financeiros e profissionais.

O começo foi na Faculdade. Década de 1990, duvidas pairando no ar e decidi cursar jornalismo na pior hora: confisco bancado por Collor, recessão brava e pais com renda mensal de 3 salários mínimos. A desistência seria o caminho natural. Conforme os dias passavam, a estadia na faculdade ficava certa. Por dois motivos: achei a profissão que desejava e encontrei pessoas em quem me apoiar.

Algumas gozavam de estabilidade financeira muito maior do que a minha, típico representante da classe média baixa  que deseja intrometer-se na festa da elite. Mas nunca, jamais, em tempo algum fui vitima de qualquer preconceito. Pelo contrário, recebia incentivo, elogios, críticas construtivas e companheirismo para completar a jornada.

Foram anos mágicos e que culminou com a maior surpresa da minha vida. Dez dias antes da formatura, planejava fazer um almoço em família para comemorar. Não tinha dinheiro para pagar uma festa de formatura e nem para participar do baile. Até que resolvi passar na Faculdade para pegar alguns documentos e ali a presidente da comissão de formatura disparou: “A turma faz questão de contar você ali. Não precisa pagar nada”. A felicidade não foi pelo lado financeiro e sim por saber que em quatro anos não fui um mero participante de uma classe ávida por exercer o jornalismo. Virei um amigo. Que tem qualidades e defeitos. E que é aceito por todos.

O tempo passou, o destino levou cada um para um lado, mas os laços continuaram. Lembrar de Ribeirão Preto é pensar no Paulo e no Gustavo. Curitiba remete ao Ricardo, ao Marcus Vinicius. São Paulo é base de Carolina. Em Campinas, não tenho do que reclamar. Juliana, Wanderley, Veronique…todos a postos, prontos para estender a mão, a exercer este sentimento nobre sem querer nada em troca.

Para homenagear a todos, quero relembrar apenas um episódio: em 1997, minha irmã teve um acidente sérissimo de automóvel na estrada de Piracicaba. Fui comunicado e na época trabalhava em um jornal da cidade. Tinha urgência de encontrar-me com meu pai para me dirigir-me ao hospital e verificar como tudo estava. O plano inicial era utilizar o ônibus de linha. Pois ao saber do ocorrido, o Gustavo só não levou eu e meu pai a delegacia, ao local do acidente e ao hospital municipal, como deixou minha Irma na porta da minha casa. Sem exigir nada. Atitude de gente com coração de ouro.

Sábado a gente se reuniu novamente. Foi pouco tempo, é verdade. Mas foi  bom saber que ao lado dessa turma  recebi novos presentes: a Angela, a Lenise, Gabriela, André, a Fabi…Gente que não te conhece, mas que lhe ama. Sem pedir licença. Ao seu lado, as crianças, sem pudor em brincar, questionar e relembrar que aquilo que foi plantado há 20 anos continuará perpetuamente no coração e nas mentes de outras pessoas.

Engraçado, um dia me falaram que o casamento tem um lado ruim: tira os seus verdadeiros amigos do seu convívio e que o jeito é partilhar a solidão a dois. Tenho sorte grande. Quanto mais o tempo passa, maior fica  a obsessão  de que todos de RA 91 sejam felizes. Aliás, não é só pensar. É falar… Nos dias de hoje, permeados pelo individualismo e  amizades descartáveis, contar com pessoas desse naipe é benção divina. Em tempo algum, nenhum deles utilizou o casamento para justificar um possível afastamento ou distância. Pelo contrário: todos que chegaram foram agregados, como uma família que não para de crescer.

Opa! O telefone toca e o MSN dá sinal de alerta. Certamente, alguém quer me desejar  boa semana. Combustível de vida de longa duração.

 

Observação: Hoje, excepcionalmente não teremos artigos sobre política ou esporte. Ás vezes celebrar os fatos simples da vida faz um bem danado.

 

 
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Publicado por em 17 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Dilma vai, Dilma não vai…Afinal, o que eles querem????

 

Existe uma piada recorrente sobre a mula, o velho e a criança. Se a criança estiver sentada no animal, reclamam do velhinho desassistido; se o idoso resolver descansar, a indignação ficará sobre a criança desemparada e andando na calçada; agora, se os dois caminharem e a mula estiver livre, tem gente que vai apontar a ausência das duas pessoas, que desperdiçam meio de transporte tão salutar.

O caso serve para explicar com detalhes a postura de Dilma Roussef nas enchentes no Rio de Janeiro. As emissoras de televisão mostraram ontem á exaustão a presidente caminhando entre os desabrigados conversando com as pessoas e prestando solidariedade. Na entrevista coletiva, informações, dados e promessas. Atitudes típicas e adequadas para uma governante.

Pois bem. Abri um jornal de grande circulação e li o artigo de uma colunista elogiando a atitude de Dilma e desferindo ataques ao ex-presidente Lula. Não sei o que a nobre jornalista ganha com tamanha raiva e ressentimento, mas tudo bem. O fato é que a postura de Dilma foi aprovada.

Cinco minutos depois, escuto na Rádio CBN um especialista em meio ambiente com estocadas sobre o procedimento do governo Federal. E dizia que chegava a hora colocar tudo em prática. Esse discrepância de opiniões não mostra apenas diversidade de opiniões e sim a falta de preparo da mídia para separar opinião técnica de política. Há possibilidade de melhoria? Do jeito que o processo se desenrola, a tendência é piorar…

 

Ps: o parceiro Bira Dantas está em deveres profissionais. Suas charges retornam na próxima semana…

 

 
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Publicado por em 14 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Craques repatriados “escondem” crise das categorias de base

 

Ronaldinho Gaúcho treina normalmente no Flamengo. Ronaldo promete cumprir todo o calendário de 2011. Da Turquia, Alex, do alto dos seus 33 anos, anuncia a sua disposição em querer retornar ao Brasil. Luis Fabiano mostra bom futebol aos 30 anos e de quebra articula a antecipação de sua volta. São craques de alto gabarito presentes ou querendo retornar ao futebol brasileiro e todos com algo em comum: salários polpudos e tratamento de reis.

Ao lado da festa e da celebração, um aspecto traz preocupação: a adoção dessa política como única salvação para a produção de dias melhores. Não é à toa. Os dirigentes simplesmente usam as contratações bombásticas como cortina de fumaça para esconder algo grave: as categorias de base estão lotadas de jogadores medianos e operários. Nenhum em condições de arrecadar milhões.

Explico melhor: nas décadas de 1980 e 1990, a saída de jogadores ao exterior era frenética e os clubes, por outro lado dificilmente ficavam tentados em arregimentar trintões ricos ás suas fileiras. O motivo era simples: abrir a porta e dar tchau a um craque consagrado era a senha para estender o tapete a uma revelação de grande quilate e que pudesse dar retorno. Na época, a abundância era tamanha que jogadores da categoria de Djalminha e Marcelinho saíram do Flamengo para fazer a carreiras em times como os de Guarani e Corinthians, respectivamente. Um conselho: se você é flamenguista ou corintiano celebra a estadia desses craques incontestáveis. Mas também reze para a reposição ser de bom quilate. Caso contrário, o que é Oasis hoje pode virar deserto amanhã.

 

 
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Publicado por em 14 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Washington é um cara legal…

Washington decretou na quinta-feira o final de sua carreira. Disse possuir boas condições físicas e clinicas para continuar, mas a recomendação dos médicos fez com que afastasse qualquer possibilidade de agravamento dos problemas cardíacos e da diabetes. Sua entrevista coletiva foi emocionante e depoimentos exclusivos fizeram com que o torcedor de futebol relembrasse alguns conceitos em desuso: lealdade, caráter reto, solidariedade, características presentes em Washington. Em resumo, o ex-centroavanté é um cara do bem e merece ser feliz.

Talvez essa personalidade impar e bondosa tenha auxiliado na construção da carreira. Quando vi seu futebol pela primeira vez com a camisa do Paraná e depois na Ponte Preta, nunca arrancou suspiros. Pelo contrário: era caneleiro, desengonçado e perdia gols incríveis. Mas ao contrários de outros atletas melindrosos, Washington usou a carreira para crescer. Intensificou seus treinamentos, cresceu como pessoa, aprimorou seus fundamentos e a evolução foi colhida no Atlético-PR, quando anotou 34 gols e estabeleceu o recorde absoluto do Campeonato Brasileiro. Seu futebol, na minha opinião, nunca passou da faixa de nota 6,0 a 7,0. Porém, ele se destacou pela valentia, determinação, faro de gol e especialmente a falta de concorrentes fortes, principalmente por causa da debandada de craques rumo ao futebol europeu.

Após passar bom tempo batendo na trave a amargando vices campeonatos com o Furação e o próprio Fluminense, dessa vez o “Coração Valente” foi premiado com o caneco nacional. Nada mais merecido.

Um aspecto, no entanto, me chamou a atenção. Apesar de jurar de pés juntos possuir novos trabalhos engatilhados – algo em que se pode acreditar -, era nítido o sentimento de perda, luto e vazio por parte do ex-atacante. Pode ser a melhor cabeça do planeta ou alguém com cultura evoluída. Para o jogador de futebol, a saída definitiva do gramado ainda é um trauma difícil de curar. Que Washington supere tudo isso e acrescente bons exemplos ao futebol.

 

 
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Publicado por em 14 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Ronaldinho Gaúcho aparece na Gávea. E os ídolos somem…

Ronaldinho Gaúcho foi apresentado com pompa na Gávea. Um exército de papagaios de pirata, penetras, bajuladores e torcedores comuns estiveram presentes para celebrar a chegada daquele que foi o melhor do mundo nos anos de 2004 e 2005. O campo foi invadido por milhares de torcedores comuns.

Só um fato chamou minha atenção: nenhum ídolo incontestável do clube esteve presente na cerimônia para recepciona-lo. Nenhum abraço de Zico, um aperto de mão de Adílio, ou choro do ex-lateral-direito Leandro. Nada. Parecia que Ronaldinho Gaúcho era o primeiro ídolo da história do clube. Um acinte.

Sinto muito, mas a presença de Patrícia Amorim não vale. Aliás, ela se comportou como uma típica política: capitalizou em cima da façanha e nunca fez mea culpa de sua gestão, que foi um desastre em termos futebolísticos em 2010.

Quando a crise aparecer, certamente Ronaldinho Gaúcho estará com bolsos cheios de reais mas estará isolado, sem ninguém para acudi-lo. Nem os antigos ídolos. Um patrimônio, alías, que não recebe qualquer cuidado. Zico foi acusado injustamente de favorecer os filhos e saiu pela porta dos fundos. Andrade, depois de segurar a barra com os bad boys e conquistar o título brasileiro de 2009, precisou aparecer em programa nacional de televisão em busca de nova chance profissional. Petkovic, o principal da década passada, foi dispensado sem qualquer homenagem. Então, cabe avisar ao Ronaldinho: as mãos macias e sedosas que te cumprimentam hoje podem lhe virar as costas assim que a torcida mudar o seu humor. É esperar para ver.

 

 
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Publicado por em 13 de janeiro de 2011 em Uncategorized