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Arquivo mensal: janeiro 2011

Paulo Bernardo coloca o dedo na ferida. Vai curar?

O ministro Paulo Bernardo aos poucos começa a querer comprar briga com os conglomerados de mídia. Coloca em evidência assuntos polêmicos e que poderão gerar intensos debates no governo Dilma. O primeiro é sobre uma tentativa de proibir políticos de possuir meios de comunicação, além de exterminar com as propriedades cruzadas, ou seja, o mesmo empresário ser dono de rádio, televisão e jornal.

Seria o melhor dos mundos. Hoje, a lógica é da lei do mínimo esforço. Vamos dar um exemplo prático e não querendo fazer julgamento, mas a jornalista Miriam Leitão faz comentários na Rádio CBN, na TV Globo, possue uma coluna no jornal O Globo e tem um blog no site do jornal. Se a lógica de Paulo Bernardo prevalecesse seria bem possível imaginar que teríamos quatro patrões diferentes para os veículos e Miriam Leitão terão que escolher apenas um ou no máximo dois para exercer o seu ofício. Ou seja, empregos seriam gerados e a diversidade de opiniões seria assegurada.

Na conjuntura atual, o lucro só vai para os bolsos dos barões que pagam um único salário para uma profissional que se desdobra em quatro. Quanto ao segundo tema, é notória a nocividade de contar com deputados, senadores e até governadores como detentores de empresas de comunicação. Só tenho uma dúvida: como assegurar que tal privilégio seja cortado pelos próprios congressistas? Esquece…

 

 
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Publicado por em 13 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Chegou a hora de Dilma aparecer

Todos esperavam um estilo discreto de Dilma Roussef. A discreto e o trabalho de gabinete fazem parte do seu cardápio e que a população de certo modo sabia ao designá-la como presidente da República. Lula ocupava todos os espaços e não tinha pudor (no que estava certo) em usar o palanque para enumerar seus feitos no governo e de quebra destruir os argumentos da oposição.

As trágicas enchentes no Rio de Janeiro e São Paulo viraram oportunidades de ouro para Dilma sair do casulo e também mostrar o que ela traz de positivo: o perfil técnico, conhecedora dos assuntos brasileiros e capacitada para chegar ao objetivo que pretende.Ao atirar-se na solução dos problemas, certamente  abrirá brecha para a oposição, que por enquanto encontra-se sem discurso e um líder incontestável. Aécio Neves tem todas as prerrogativas para preencher o posto, mas o candidato derrotado José Serra não quer largar o osso e faz de tudo por um naco de poder. Nem que para isso seja necessário destruir o país.

Ciente desse quadro, Dilma tem uma simples tarefa: falar, agir, posicionar-se e principalmente deixar claro de uma vez todas o seguinte conceito: apesar das diferenças de estilos, ela é continuidade sim do presidente falante que saiu com 87% de aprovação popular. Negar tal evidência é dar um tiro no pé.

 

 
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Publicado por em 13 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

A vitória de Messi é a derrota da Copa do Mundo

Algumas decisões são carregadas de simbolismo. Uma característica desprezada em um primeiro momento e cuja as conseqüências são sentidas apenas em médio e longo prazo. A escolha de Lionel Messi como melhor jogador do mundo pela FIFA imbute um recado aos mandatários do futebol mundial: a Copa do Mundo perdeu importância no cenário da bola.

Romário carregou o Brasil nas costas e faturou a honraria. Quatro anos depois, Zinedine Zidane encantou com a conquista do caneco e desbancou Ronaldo, vencedor da edição de 2002, mesmo ano que saiu campeão da Copa da Asia. Após a Copa da Alemanha, o zagueiro Canavarro teve coroada sua trajetória com o cobiçado troféu e o titulo de campeão do mundo pela Itália. Em 2010, a história foi diferente. Messi fez uma Copa do Mundo decepcionante, aquém daquilo que todos esperavam e ficou nas quartas-de-final contra a Alemanha. Já Xavi e Iniesta sentiram o sabor da conquista da Copa do Mundo após ganhar da Holanda na prorrogação.

O que isso quer dizer? Simples: o futebol está globalizado e a memória imediata é o critério adotado. Todos se recordam das partidas do Barcelona, especialmente porque atua em uma liga milionária e disputa o principal campeonato continental do planeta. Automaticamente, os atletas saem beneficiados por essa exposição.

Parece um devaneio, mas a FIFA precisa agir imediatamente e evitar que a Copa do Mundo vire um estorvo, um torneio registrado no calendário apenas para satisfazer os interesses das confederações. Caso contrário, a temporada européia ganhará maior importância.

 

 
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Publicado por em 10 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Mourinho, sem concorrentes

 

Ele é marrento, prepotente e competente ao extremo. Beneficiou-se também da nova ordem do futebol mundial e pode dizer a plenos pulmões: eu sou o melhor. Claro, o personagem em foco é José Mourinho, que recebeu nesta segunda-feira o prêmio de campeão em sua categoria. Assistente do Barcelona na década de 1990, penso que Mourinho tem uma qualidade inestimável: transforma em luxo conceitos que parecem simples à primeira vista.

Nas reportagens sobre seu trabalho profissional, a disciplina é sempre colocada em evidência. Ele não abre mão do comando e valoriza a qualidade do atleta, por menor que seja. De quebra, seus esquemas táticos são baseados em anular os pontos fracos do adversários e buscar a vitória em lances cruciais. Quem acompanhou as duas semifinais da Internazionale, pela Liga dos Campeões, contra o Barcelona, sabe do que falo.

Agora, algo deve se refletir: qual a sua contribuição ao futebol: em termos práticos ela é bem reduzida. Mourinho não gerou nenhuma revolução tática, como Rinus Michels. Sua capacidade é fazer bem feito aquilo que já está á vista de todos. Se fosse um cozinheiro, Mourinho transformaria um prato de arroz com feijão em um manjar dos deuses. Em um futebol carente de cérebros e conceitos, é uma diferença e tanto.

 

 
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Publicado por em 10 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

A crença de Dilma não me interessa

Se existe algo que me irrita profundamente é usar a religião de cada pessoa para executar julgamentos sumários. Ou insinuar comportamentos morais. A Folha de São Paulo traz na edição deste domingo uma matéria sobre a mudança dos movéis do gabinete presidencial. Vá lá, é um tema desprovido da capacidade de alterar o valor do dólar ou os rumos do pré-sal. Só que em dado momento, a repórter coloca a decisão de Dilma de tirar o Crucifixo e a bíblia que ficava em cima da mesa de trabalho de Lula. O texto insinua que isto entra em confronto com o posicionamento da então candidata na campanha presidencial.

Antes de alguém ler este artigo e pensar algo errado, o blogueiro esclarece que é protestante. E que seu parceiro Bira Dantas é espírita. Mesmo assim, nunca, jamais entramos em qualquer litígio a respeito do tema. Principalmente porque sabemos que a verdadeira fé cristã não se mostra por intermédio de objetos, discursos ou defesa de teses proselistas. É na ação do cotidiano, com amor, solidariedade, mansidão, domínio e especialmente tolerância e amor ao semelhante que se mostra tal posicionamento. Infelizmente, digo com dor no coração, que uma parte (uma parte!) dos evangélicos brasileiros dedicam-se ao oficio de julgar e condenar ao invés de ajudar. Triste, mas é a realidade.

Recentemente assisti ao filme “O livro de Eli” com Denzel Washington, em que ele interpretava um homem em busca de entregar o livro sagrado a um porto seguro. Um bandido queria tomar a obra e acaba conseguindo. No final, a surpresa (se você não assistir e quer conferir o desfecho, pare por aqui): na realidade, o andarilho era cego e bastou ele aterrisar na biblioteca para ditar linha por linha palavra e automaticamente possibilitar a confecção de uma cópia.

Resumo da ópera: eu não quero que Dilma tenha bíblia na cabeceira de sua mesa de trabalho. Se tiver, ótimo. Mas peço sabedoria em suas decisões. Se você não se convenceu, uma última explicação dada pelo senador eleito Roberto Requião em seu Twitter: “Dilma tem Jesus no coração. O estado é laico”.

Observação: após o fechamento deste texto, tomei conhecimento da resposta da Secretária de Comunicação Social, Helena Chagas, em seu twitter. Vou juntar em um texto só. Veja: “Pessoal, só esclarecendo:a presidenta Dilma não tirou o crucifixo da parede de seu gabinete.A peça é do ex-presidente Lula e foi na mudança. Aliás,o crucifixo,que Lula ganhou de um amigo no início do governo,é de origem portuguesa.Mais:Dilma também não tirou a bíblia do gabinete. A bíblia está na sala contígua, em cima de uma mesa – onde, por sinal, a presidenta já a encontrou ao chegar ao Planalto” . Mais claro, impossível.

 

 
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Publicado por em 9 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Sete motivos para acreditar no sucesso ou no fracasso de Ronaldinho Gaúcho

Ronaldinho Gaúcho aquece as chuteiras para desembarcar na Gávea. Antes de entrar em campo, seria de bom delinear as possibilidades do atleta dar certo em sua nova estadia no Brasil. Obstáculos e problemas colocam-se diante de si e será preciso muito sangue frio. Por outro lado, existe variáveis positivas colocadas à dispositivas. Vamos analisá-las.

Em primeiro lugar, por que Ronaldinho Gaúcho poderá dar certo no Flamengo:

Calendário: Dos três interessados, o Flamengo é aquele com calendário digamos, mais “fácil”. Tem o Campeonato Carioca resumido a três adversários. A Copa do Brasil é um belo atalho para Libertadores e com poucos jogos. No Campeonato Brasileiro, o time já estará ajeitado e o atleta em plena forma.

A mística do craque: o Flamengo sempre dependeu de craques para deslanchar. Foi assim com Zico nas décadas de 1970 e 1980; Junior deu cartas na conquista do Campeonato Brasileiro de 1992; Petkovic foi vital no tricampeonato carioca de 2001 e no Brasileirão de 2009, ao lado de Adriano. A vaga está aberta. O Ronaldinho tem condições de preenchê-las.

O técnico: Wanderley Luxemburgo gosta de trabalhar com craques. Extrai o máximo sem ferir vaidades. No último torneio nacional, teve um elenco de médio para ruim nas mãos. Com Ronaldinho Gaúcho e outros reforços, poderá fazer a diferença.

Imprensa: não há como contestar: a imprensa gaúcha e paulista miram-se na cobrança de metas, resultado e no comportamento do jogador. Já no Rio de Janeiro, o que vale é o espetáculo. Dane-se gestão, problemas administrativos e outras questões menores. Ou seja, mesmo se vier a entrar em má fase, Ronaldinho Gaúcho contará com a paciência de todos.

Torcida: o flamenguista é apaixonado e ama seu ídolo. Celebra Ronaldinho Gaúcho como se fosse conquista de titulo. Vai tratar o atleta com carinho. Xingamentos, protestos e reivindicações são conceitos proibidos.

Potencial técnico: Ronaldinho Gáucho em plena forma é um dos três melhores do mundo. Duvido que chegará a tal condição. Porém, se alcançar 60%, 70% de sua forma certamente fará história na Gávea.

Seleção Brasileira: Ficará próximo de Mano Menezes e poderá conversar e trocar idéias sobre o seu melhor posicionamento. De quebra, o ritmo de treinos lhe concederá o tão almejada ritmo de jogo.

A vida não é feita de flores. Existem tópicos negativos a serem levados em consideração para traçar um fracasso rotundo de Ronaldinho Gaúcho. Veja:

Foco: Há muito tempo Ronaldinho Gaúcho pouco liga para a carreira. Passeou no Milan e sumiu da bolsa de cotações da Seleção Brasileira. Sua letargia é o grande inimigo a ser batido.

A organização do clube: o Flamengo é um barril de pólvora. Dirigentes lutam pelo poder e deixam os atletas encaixotados e sem saída. Se Zico capitulou, como crer na força de resistência de Ronaldinho Gaúcho?

Vida noturna: seja na Europa, Brasil ou Japão, a vida do atleta profissional é feita de privações. Ronaldinho não faz questão de exercitá-las e as boates e bares são seu habitat natural. Como entrará em forma dessa maneira? Difícil.

Negociações: O colunista Paulo Vinicius Coelho, da Folha de São Paulo, relata em sua coluna a ânsia do irmão e empresário Ronaldinho para negociar seguidamente renovação de valores, especialmente no Barcelona. Em um futebol paupérrimo de recursos, tal procedimento será fatal no Flamengo.

Wanderley Luxemburgo: É capacitado, entende de futebol e multicampeão. Só que há muito tempo não emplaca um bom trabalho. Sem um técnico na retaguarda, a tendência de Ronaldinho Gaúcho é viver no ostracismo.

Salário: Especula-se rendimentos de R$ 1 milhão por mês. Tudo bem, os parceiros pagarão a conta. Mas e os outros atletas? Vão correr por ele diante de tamanha disparidade econômica?

Os adversários: ele será caçado em campo e na vida privada. A forma como conduziu as negociações com Palmeiras e Grêmio só atrapalhou o processo e gerou antipatia. Para quem deseja lucrar com ações publicitárias, não existe cenário pior.

 

 
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Publicado por em 9 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Imprensa brasileira elogia Dilma…para atacar Lula!

 

Antes, crise econômica era usada para atacar Lula. Agora, usam a própria presidente apoiada por ele. Vai entender...

 

Os jornais o Estado de São Paulo e Folha de São Paulo enfocam em suas edições dominicais o estilo de governar de Dilma Roussef. Centralizadora, cobra resultados e não gosta de esperar para tomar decisões. Ao contrário de Lula, não mostra predileção de falar por improviso e suas ações são calculadas de modo milimétrico. Notas de bastidores disseram que ela cumpriu a agenda de modo fiel na última semana e fazia as refeições em seu gabinete.

Pois bem, a tal abordagem positiva (justa, por sinal) foi usada para atacar o estilo do ex-ocupante do Planalto. Na visão dos jornais, uma pessoa que demorava a tomar as resoluções e que segundo uma colunista política enfrentava desgaste com seus assessores por anos de convivência. Interessante. Podemos chegar então à conclusão de que as despedidas de cerimônia direcionadas à Lula no Planalto, com funcionários chorando copiosamente eram fruto de um belo teatro, apenas para jogar para a torcida. É a típica teoria talhada para chamar o eleitor de bobo ou idiota. Fruto de gente que infelizmente freqüenta os aquários de decisões e não as ruas. Nada contra os executivos jornalísticos, especialmente porque conheço muitos com sensibilidade social. Mas tem horas que a paciência se esgota.

Diante disso, posso dizer que os artigos não foram jogados à toa. Pelo contrário. São uma maneira de desqualificar Lula e de dizer que um simples trabalhador, operário e metalúrgico não tem aptidão ao cargo. Que Dilma encara com serenidade essas matérias em que a qualidade exaltada esconde, no fundo, uma resistência ao campo de esquerda. E para destruí-lo, nada melhor do que o seu símbolo maior: um presidente que saiu do poder com 87% de aprovação.

 

 
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Publicado por em 9 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Vamos deixar Lula em paz???

 

Vamos colocar os pingos nos is: Lula pisou na bola ao permitir que filhos e parentes tivessem direito ao passaporte diplomático. Privilegio inadmissível para um presidente ciente da marcação cerrada da imprensa em relação aos aspectos morais. Faz bem o filho de Lula devolver o passaporte. Bem, esse é um lado da questão e a imprensa fez bem em abordar o assunto. Mas existem outros quesitos a serem colocados em evidência. Em primeiro lugar, o tema foi colocado de modo agressivo, como se fosse um assunto de segurança nacional. Não é. Longe disso. Existem outros temas essenciais para serem abordados e que perderam relevância diante dos fatos. Falo do salário mínimo, andamento das obras do PAC, formulação de novas políticas para saúde, educação, combate à miséria. Não falta tarefa para executar.

O foco, porém, é depositado no lado errado. Lula deixou de ser presidente e Dilma é a nova comandante. Não parece. Existe uma ânsia de colunistas de imprensa em querer desqualificar o ex-presidente. Um acinte. A imprensa não tem o direito de ignorar as ações governamentais em nome de uma implicância pessoal.

O país ganharia se a imprensa em geral fizesse uma análise republicana. Infelizmente, já vimos esse filme com JK, Getúlio Vargas…E parece que não querem deixar Lula em paz. Lamentável.

 

 
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Publicado por em 9 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Catar: o cemitério da bola

A função do jornalismo é gerar luz em cima de assuntos obscuros. A edição de esportes do jornal O Estado de São Paulo deste domingo traz uma reportagem especial sobre o futebol Catar, já escolhida como sede para a Copa do Mundo de 2022. O quadro pintado é desolador: os jogos ocorrem para públicos abaixo de mil pessoas, a televisão é a principal fonte de informação e de acompanhamento dos jogos e a estimativa é a competição mundial ser realizada em janeiro, devido ao forte calor.

Um ponto chamou a atenção: a apatia dos profissionais brasileiros que atuam por lá. Faturam milhões, gozam de grande qualidade de vida, mas convivem com a pressão por resultados e conquistas. Por um lado, isso é bom porque o profissional ganha tempo para expor seu trabalho. Por outro, tira totalmente o incentivo para buscar a reciclagem.

É só verificar os nomes que se encontram por lá. Desde que foi banido de modo involuntário do futebol brasileiro, após a Copa de 1990, Sebastião Lazaroni perambula pelos quatro cantos do planeta. Catar é o seu porto seguro. Caio Junior teve passagens apagadas por Flamengo e Palmeiras e agora parece ter se contentado em deixar de ser integrante do staff de treinadores do pais. Algo que deve ter sido tomado por Paulo Autuori, sem sucesso em sua passagem pelo Grêmio. Agora, explica-se o motivo: seria o mesmo que um aluno de terceiro colegial subitamente freqüentar o quinto ano da faculdade de medicina. Infelizmente, o Catar é um celeiro de recursos monetários e um mausoléu a céu aberto de profissionais da bola.

 

 
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Publicado por em 9 de janeiro de 2011 em Uncategorized

 

Dilma luta contra a miséria. Do bolso e da alma…

Nos últimos oito anos, uma nova classe média surgiu e revitalizou a economia. Agora, o momento é de lutar contra o preconceito de quem não aceita esta realidade.

A presidente Dilma Roussef anunciou ontem por intermédio de seu Ministério de Desenvolvimento Social a intenção de realizar um programa conjunto de combate à miséria, uma chaga que assola as regiões norte, nordeste e centro-oeste do Brasil. Incremento no bolsa família e em outros programas sociais são instrumentos fundamentais para resgatar a cidadania perdida por essas pessoas.

Dinheiro, investimento e boas intenções também não se constituem nos únicos instrumentos. O governo precisa liderar um processo de libertação de preconceitos e de convivência na sociedade.

Explico: o Brasil vive um surto de elitismo, pelo lado negativo. Costumes e procedimentos arraigados no nosso povo são considerados de péssimo gosto e a ascensão do chamado povão gerou uma aversão da classe média alta. Alguns culpam o acesso de pessoas ao transporte de avião como gerador do caos nos aeroportos. Outros pensam que a violência tem a pobreza como origem principal e que etiqueta é algo pertencente apenas aos barões paulistanos.

Em ocasiões especiais, esse sentimento repugnante ganha contornos claros, como nas últimas eleições presidenciais, em que votar na Dilma era considerado por alguns componentes das classes abastadas como um ato de calúnia ou difamação. Lula, então, nem se fala: seus gestos, palavras, costumes e comportamentos era algo démodé, brega e sem sentido. Mal essas pessoas sabem que Lula apenas reflete a simplicidade de gente presente em palafitas, barracos ou casas simples espalhadas pelo país.

Então, que Dilma Roussef coloque em sua mente e coração: além de mudar a vida dos humildes, é preciso alterar a mente e coração de quem já se encontra no topo.

 

 
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Publicado por em 7 de janeiro de 2011 em Uncategorized